Voaste, alma inocente, alma querida,
foste ver outro sol de luz mais pura;
falsos bens desta vida, que não dura,
trocaste pelos bens da eterna vida.
Por Deus chamada, para Deus nascida,
já de vãs ilusões vives segura,
feliz a Fé te crê; mas a ternura,
co' o punhal da saudade está ferida.
Desgraçado o mortal, insano, insano,
em dar seu pranto aos fados de quem mora
no palácio do Eterno Soberano!
Perdoa, Anarda, ao triste que te adora,
tal é a condição do peito humano;
se a Razão se está rindo, Amor te chora.
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