ESPAÇO COLECTIVO ARTISTICO E CULTURAL - COORDENADO PELA POETISA AMÉRICA MIRANDA - E ONDE SE INSEREM AS CONTRIBUIÇÕES DE TODOS OS TERTULIANOS, TANTO EM VERSO COMO EM PROSA, COM O OBJECTIVO DE DIVULGAÇÃO E HOMENAGEM AO GRANDE POETA ELMANO SADINO !
Quarta-feira, 11 de Agosto de 2004
A TRIBUNA DOS POETAS 5 ( * )
ETERNA RATOEIRA
Por Celeste Reis
Pobre de ti coração
que vives a gemer no peito,
é de tua condição
andares sempre insatisfeito.
Será que alguém controla
o seu próprio coração?
Se ele salta que nem mola
quando lhe toca a paixão...
Pensa andar bem armado
e julga-se um vencedor
mas cai logo desamparado
aos primeiros sinais de amor...
É rebelde por natureza
orgulhoso, arrebatado
mas... ao pressentir o amor
cai de vez apaixonado...
Quem pensa dominar
o seu próprio coração?
Se o amor lhe dá um toque
sem sentidos cai para o chão.
Não obedece a ninguém
e julga-se um vencedor,
mas perde de vez a fala
quando lhe fala o amor...
Não se deixa dominar
nem se dá por vencido,
mas... se o amor o incendiar
cai... completamente rendido...
O coração julga-se forte
o mais forte dos mortais,
sente o perfume do amor,
e cai aos primeiros sinais.
Não há quem não se espante
com seu próprio coração,
mostra-se frio e distante
mas... se lhe assopra o amor
todo ele é um vulcão...
Como és louco, coração,
por amor, bem entendido,
se ele te apanha de surpresa,
cais com toda a certeza
não vencedor, mas vencido...
No reino da tua loucura
coração não sofras tanto,
apesar da grande aventura
a Vida é um grão de poeira
e se caíres na ratoeira
que seja por um amor bem vivido
e nos console a vida inteira!
O amor nos enfeitiçou,
e foi tal essa cegueira
que nunca mais nos livrou
dessa Eterna Ratoeira !
Celeste Reis