ESPAÇO COLECTIVO ARTISTICO E CULTURAL - COORDENADO PELA POETISA AMÉRICA MIRANDA - E ONDE SE INSEREM AS CONTRIBUIÇÕES DE TODOS OS TERTULIANOS, TANTO EM VERSO COMO EM PROSA, COM O OBJECTIVO DE DIVULGAÇÃO E HOMENAGEM AO GRANDE POETA ELMANO SADINO !
Quarta-feira, 25 de Janeiro de 2006
A TRIBUNA DOS POETAS - LOBO MATA E HELENA BANDEIRA
DRAMA DE AMOR
Por
Lobo Mata
Determinado coloquei o dedo
Entre as chagas, na ferida
Estanquei o sangue com medo
Sem medo dei vida!
Não sabendo porque o fazia
Toquei nos lábios rosados
Um sorriso que resplandecia.
Coloquei o dedo
Na ferida.
O sangue parou
O corpo floresceu
O Mundo cantou.
Estanquei o sangue com medo!
Ainda que ele não corresse;
Deixei a mão esquecida
Para que a vida se não perdesse!
Dei vida!
Dei carinho, encanto
Fiel?! Oh! Espanto
Às vezes custou muito
Por vezes, custou tanto!
Coloquei todos os dedos
Nas chagas, na ferida
Estanquei o sangue sem medos
Dei! Ganhei! Nova Vida!
Lobo Mata
In Escritos Meus II
*
PALAVRAS
Por
Helena Bandeira
Palavras soltas, palavras loucas,
palavras que se disseram,
outras que ficaram por dizer.
Como saber se foram poucas
as palavras que se disseram,
ou demais as que se calaram?
Como saber se foram as certas
as palavras que se disseram,
ou aquelas que se guardaram...
Pode a palavra dita ser perigosa...
Tanto quanto pode ser frustrante,
triste, doloroso e inquietante
a palavra que ficou por dizer.
Se essa era uma palavra carinhosa!...
Que jamais fiquem por fazer
gestos de carinho, ternura e amor...
Que jamais fiquem por dizer
as palavras ditadas pelo amor
Helena Bandeira