ESPAÇO COLECTIVO ARTISTICO E CULTURAL - COORDENADO PELA POETISA AMÉRICA MIRANDA - E ONDE SE INSEREM AS CONTRIBUIÇÕES DE TODOS OS TERTULIANOS, TANTO EM VERSO COMO EM PROSA, COM O OBJECTIVO DE DIVULGAÇÃO E HOMENAGEM AO GRANDE POETA ELMANO SADINO !
Domingo, 28 de Novembro de 2004
EDITORIAIS BOCAGIANOS - 06 ... Em louvor de Bocage !
EDITORIAL
por América Miranda
Bocage foi um desses clarões que fulguram rubros acima de todo o horizonte para que toda a gente os veja e admire. Inquieto ou submisso, piedoso ou sarcástico, simples ou eloquente, inconsequente ou sentencioso, era um jovem insatisfeito, vivendo com a lira e à maneira do cantor de Os Lusíadas enaltecia o Olimpo e adorava o Céu.
Manuel Maria era um romântico por natureza e na poesia um lírico que nasceu numa época de transição literária, na qual a literatura de Portugal emergia do marasmo do pseudo-classicismo, ainda dominante no Século XVIII para o doce período do Romantismo. Desviando-se dos moldes clássicos, demasiado rígidos o nosso Vate pendeu para a escola que seria a de António Feliciano de Castilho. Embora o seu forte fosse o Soneto, onde foi mestre, compôs vários géneros de poesia, entre os quais odes satíricas e anecreônticas. A sua índole belicosa por vezes custou-lhe amargos dias, sobretudo naquele período de vero despotismo governamental e religioso. Por toda a sua grandeza rendo as minhas homenagens ao Egrégio Poeta que foi Manuel Maria LHedois de Barbosa du Bocage.
América Miranda
De O ARAUTO DE BOCAGE, nºs. 73 / 74