A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS - NA ERA PÓS - AMÉRICA MIRANDA (*)
«Em homenagem a América Miranda»
«PRESIDENTE DA TERTÚLIA»
A imensidão do mar é uma beleza
As ondas revoltas são tão lindas;
Como é bela, toda esta grandeza
Que vem das profundezas tão infindas.
A espuma no seu belo rendilhado
Vem espreguiçar-se na areia
E o céu, tristemente enevoado,
Faz lembrar o lento apagar duma candeia.
E quando já cansado da revolta
O mar se queda em imensa mansidão
A minha alma lentamente dá a volta
À tristeza do meu pobre coração.
E, então, rio, brinco e canto
E tranquila como o mar tão inconstante
Deito ao vento e ao luar todo o meu pranto
E quedo-me alegre por um instante.
Estranha contradição, ó poetisa,
Que a tua alma alegra e pisa!
América Miranda
In SEGUNDA ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA
*
A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
À beira-mar me sentei e por instantes meditei…
Ó como é belo usufruir de tão grande beleza!
Contemplar o verde-esmeralda
Que se estende no infinito.
Como é belo olhar o azul do céu e o sol brilhante
Que ilumina toda a terra.
E como deve ser maravilhoso contemplar
O mar à luz do luar e das estrelas
E ter, por companhia, simplesmente a noite.
Elevarei os olhos ao céu e pedirei a Deus
Que os homens se entendam
Para um mundo melhor.
Que acabem as guerras
E que haja amor e concórdia
Em toda a Humanidade!
Amélia Marques
In 2ª. ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA
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A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
Perguntem o que tenho e não saberei dizer,
Experiências ao longo de uma vida,
Recordações da estrada ainda por fazer,
Ou da amante que foi perdida?
Obscuras são as delícias alugadas
Que inundam e incendeiam a respiração
Das almas que se julgam deslumbradas
Na sofreguidão do latejar do coração.
Como as ondas, uma a uma, sem cessar
Deslizam pensamentos, alentos sem destino
No horizonte dum azul claro e divino.
Dolorosa é a factura que tenho que pagar
Se deslumbrado e jovial, fiquei quando te vi:
Não perguntem o que tenho, mas sim o que perdi!
António Carvalho
In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA
*
A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
Cresci numa aldeia do interior,
De casas mal pintadas.
Ruas estreitas,
Mal iluminadas
E campos floridos em redor.
Cresci numa aldeia do interior,
Onde em cada casa há uma varanda,
Vasos de barro
E flores à janela,
Um cão vadio é ali a sentinela.
Cresci numa aldeia do interior
Com uma ponte sobre o rio
E o velho moinho
Já cansado,
A mastigar o pão que mata o frio.
Cresci numa aldeia do interior
Onde uma chanfana
É carne assada
Na caçoila.
O vinho é bem tirado
E quem vier depois
Terá sempre um lugar ao nosso lado.
Minha aldeia, minha aldeia,
Avenidas de alecrim,
Fontanário de cântaros sem fim.
Minha aldeia, minha aldeia,
Sons de sino a repicar
Ou que, dolentes, avisam
Que um de nós nos vai deixar.
António Sala
In PALAVRAS DESPIDAS DE MÚSICA
*
A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
Em pleno céu aberto,
Paralelo dezanove,
A tempestade está perto
Relampejou e já chove.
Nuvens negras, carregadas
De insensatez, meu desgosto,
Más vontades, trovoadas,
Chuva que rola em meu rosto.
Chega o Outono da vida
Sem o calor que eu preciso:
Em vez do sol por guarida
Tenho gelo, chuva e granizo.
Armando David
In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA
*
A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
“Para América Miranda,
Opinião generalizada dos ouvintes
Da R. R.”
Renovam-se os dias em noites
As noites em dias
Só ouvindo a tua voz
Me passam as agonias.
A tua voz
Tem o condão
De levar para longe
A minha solidão.
Só a tua voz
É uma carícia de sol
Num dia invernoso
Em verdadeiro trinado
Sussurrante, apaixonado, delicioso.
A tua voz
É uma aragem refrescante
Uma estrela cintilante
Nesta abóbada sem fim,
É uma atracção deliciosa
Que revive silenciosa
Dentro de mim…
Somente a tua voz
Dá cor aos meus dias
E me poupa as arrelias
Nesta agitada viagem
Embelezando a paisagem
Das longas invernias.
A tua voz
Não sei de onde vem
Se vem da terra ou do luar
Do oriente ou do ocidente
Só sei que, ao ouvir-te falar,
Salta o coração de contente.
Ao sentir a tua voz
Perto dos meus ouvidos
Calam-se os meus ais
Naqueles sons musicais
Que fazem delirar os sentidos.
A tua voz
É um róseo amanhecer
Que leva para longe
As mágoas do meu viver,
Mágoas do meu coração,
São como hinos nas alturas
Que dão às noites escuras
Ternura e emoção.
Porque a vida se dilui
E porque o tempo é voraz
Só quando te oiço falar
A minha mágoa se desfaz…
E no deserto sem fim
Desta alma ansiosa
Vem até mim
Uma voz melodiosa
Que deseja e tenta
Dar à minha vida cinzenta
Um tom mais cor-de-rosa.
A tua voz, é uma doce sinfonia
Um novo alvorecer
Como um toque de clarim
Que ao vibrar em mim
Ma faz renascer!
Celeste Reis
In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA
*
A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
Na Poesia encontro a paz que necessito
E assim, escrevendo, alivio a minha dor,
São frases curtas que teimo e insisto
Em demonstrar meu carinho com amor.
Ao leres o que escrevo irás pensar
Que dramatizo a sorte que Deus me deu,
Mas não me queixo, só quero desabafar,
E se choro é problema meu.
Compreende que é triste a solidão
E o amor faz falta ao coração…
Por isso não rias da minha escrita.
Um dia também a solidão te baterá à porta,
Ficarás gelada, quase morta…
E irás precisar de um carinho, acredita!
Custódia Pereira
In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA
*
A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
Eu supliquei ao tempo que parasse!
P´ ra fazer algo, que ainda não fiz,
Ao sol e às estrelas para ser feliz
À Divindade que não me abandonasse.
Ao Firmamento eu implorei compaixão!
Que escondesse o sol ao amanhecer,
Não me aquecesse logo ao nascer,
O que orvalho não perfurasse meu coração…
E assim fui suplicando, dia após dia,
Que minhas penas voassem com o vento,
Pois teimam em não escutar meu lamento,
Entoando um acorde de triste melodia.
Por mais que introduza bemóis ou sustenidos
Oiço sonorizar como um carrilhão…
Mas, neste tão amargurado coração,
Só ecoa “a sinfonia dos gemidos”…
Nos tortuosos passos, desta caminhada,
Os “sons” do meu vazio vou escutando,
Em soluços e lágrimas suspirando
Calcorreando em “Dó” até ao fim da estrada.
Eugénia Chaveiro
In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA
*
A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
Fumar é uma forma de suicídio.
É um acto tão medíocre
Que apenas antecipa a mediocridade da morte.
Cigarro, estranho vício me contenta
Álcool, estranha sede insaciável
Droga, estranha ilusão que alimenta
O prazer de ser um sonho irrealizável.
Guerra, estranha forma de matar
Ódio, estranha forma de viver
Fome, estranha forma de aceitar
A gula dos que comem por prazer.
Que estranho é viver a procurar
Toda a forma de querer sobreviver
À procura do que nunca tem sentido.
Que estranho é ser a morte a libertar
Tudo quanto foi na vida padecer
E tudo quanto nesta vida foi sofrido.
Félix Heleno
In OLHOS DA MENTE
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A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
Mil violinos soando ao vento
São notas vivas de mil cores
As flores vão abrindo com o tempo
E vão-nos deliciando com seus odores.
E assim o nosso amor
Também vai crescendo
Como esse jardim em flor
São notas de música chovendo.
Trazem as cores do arco-íris
É chuva, é pranto, é harmonia
É um beijo que não causa dor.
Mas chovem, chovem notas dolentes
Notas cheias de alegria
E assim vai crescendo o nosso amor.
Fernanda de Carvalho
In CAMINHOS DE POESIA
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A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
“Ao amigo A. C.”
Angústia de viver na Solidão,
Onde vivem ausências, outras Eras,
Com sabor a perdidas Primaveras
Só presentes num triste coração.
Como Real, ficou como ilusão
Sempre a beber nostálgicas quimeras
E doces inverdades tão sinceras
A perturbarem lúcida Razão.
Esse estar só, com tanta multidão
Entranhada no vasto Pensamento,
Recordando o passado com Paixão.
Que inefável Prazer e que Tormento!
Enfrenta, amigo a tua Solidão
Sem mágoa, sem tristeza, sem lamento!
Fernando Eloy do Amaral
In 2. ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA
*
A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
Neste mundo de egoísmos foi charneira
Entre a matéria vã e o sentimento
Onde a Virtude busca o condimento
E o terreno propício à sementeira.
Foi homem bom com alma hospitaleira,
Guardando nela até o sofrimento
E a fé que ao mundo deu de alimento,
Com sorriso feliz a vida inteira.
Nos factos e tragédias sem esperança
Foi sempre aquele espírito em bonança
Pomba da Paz com ramo de oliveira…
Seu nome, todos sabem, correu mundo
Por ser o Santo Papa, João Paulo Segundo,
D´ almas eleitas a mais verdadeira!
Frassino Machado
In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA
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A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
Fomos nós, Tertulianos,
Unidos e muito humanos,
Visitar o uno Bocage.
A Casa estava fechada,
Toda a gente magoada,
Ora esta, mas que ultraje!
Valeu-nos irmos p´ la serra
Tão velhinha na hera,
Quase parece encantada.
Suas matas e arvoredos
Sussurram-nos de segredos
E o mar ouve essa toada.
Somos uma gente honesta
Dali seguimos p´ ra festa
Cumprimos o combinado.
Não deixou de ser feérica
E, na volta, Maria América
Exaltou o Bocage amado.
Graciett Vaz
In 2. ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA
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A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
Palavras soltas, palavras loucas,
Palavras que se disseram,
Outras que ficaram por dizer…
Como saber se foram poucas
As palavras que se disseram,
Ou demais as que se calaram?
Como saber se foram as certas,
As palavras que se disseram,
Ou aquelas que se guardaram…
Pode a palavra dita ser perigosa…
Tanto quanto pode ser frustrante,
Triste, doloroso e inquietante
A palavra que ficou por dizer.
Se essa era uma palavra carinhosa!...
Que jamais fiquem por dizer
Gestos de carinho, ternura e amor…
Que jamais fiquem por dizer
As palavras ditadas pelo Amor!
Helena Bandeira
In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA
*
A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
Procuro encontrar uma razão
Que justifique
Eu não querer acreditar em Deus…
Há guerras e fomes,
Tantas injustiças e egoísmos,
Desavenças entre várias religiões,
Assaltos e pedofilia,
Tanta ignorância e mesquinhez…
E Deus não vê?
E Deus deixa tudo acontecer?
E eu continuo à espera
Que Ele me faça mudar de opinião
E me dê algum Motivo
P´ ra não deixar de acreditar n´ Ele!
Humberto de Castro
In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA
*
A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
Longe das pontas do infinito ainda sou,
Renasce o acontecer das coisas esquecidas
Palavras da memória, no gozo dos dias…
Nudez do grito ausente, incendiado
Pela torrente de emoções…
À saudade da chuva misteriosa
Onde cordo pela primeira vez
Do foco da solidão do pensamento.
Fico no momento do inerte…
Solipsismo da noite sem ninguém
Aqui, no critério das veredas do tempo
Esvoaçando entre as diversas emoções
Instantes de desassossego
O isto recortado, pela tempestade
E as coisas não são como se programam.
Jorge Ferro Rosa
In VADIAÇÃO POÉTICA
*
A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
Vale a pena fazer a viagem
Sentir a Natureza virgem
Como o mais belo coral,
Bela, pura, natural,
Pelas montanhas e florestas.
Na sua íntima pureza
O vento faz-nos festas
Refresca-nos com sua brisa,
O sol queima-nos, com seus raios,
Raios ardentes, abrasadores,
Mergulhar nos seus rios,
Cheirar o perfume das flores
É uma viagem inesquecível!...
Mas, o que é mal vai e vem
Uma destruição incrível
Cujo culpado é o homem.
Destrói tudo para a Civilização,
Civilização tão grandiosa,
Civilização tão majestosa,
Que nem sequer olha para o coração…
Nem sequer consegue reparar
Que ocupa um lugar de beleza.
Se reparasse, também não saberia parar,
Só sabe destruir o que nos dá
A mãe Natureza,
Isso sim, poder, dinheiro, Civilização…
Civilização, tu não tens coração!
Lídia Susana
In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA
*
A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
Ele cheira a terra
Tem a morte no olhar.
As palavras firmes
Os passos de matar.
Ela cheira a flores
Com doçura no olhar
As palavras meigas
O andar de matar.
Por amor
Ambos matam
Ambos morrem.
Ele e ela
Andam assim
Sempre a dar a dar.
Ele, coração duro,
Ela, coração de chorar.
Ambos morrem
De amor.
Por amor
Os dois se andam a matar.
Lobo Mata
In POEMAS MEUS
*
A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
Como seria bom
E a Humanidade feliz
Se todos dessem as mãos,
Se houvesse compreensão
E, acima de tudo, Amor…
Muito Amor e Paz…
PAZ no coração;
E a Vida deixaria de ser
A tal bola de sabão
Que se desfaz!
Como seria bom
E belo o nosso viver,
Se os que têm a mais
Pensassem nos que têm a menos
Com fraternidade.
Como seria bom!...
A Vida teria mais sentido,
Mais sabor e mais verdade!
Mª. de Lourdes Agapito
In MADRIGAL PARA A VIDA
*
A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
Felicidade, onde estás?
Porque, sem querer, partiste?
Como bola de neve que se desfaz
Só de pensar em ti, fico triste.
Chora tantas vezes o coração,
Sente sangrando e está perdido,
Foi para longe a separação,
Um amor feliz, quando vivido.
Os anos vão-se alongando,
A felicidade foi p´ ra esquecer,
Vai-se andando e sonhando,
O tempo passando a correr.
E a solidão aumentando,
A cada dia que vai nascer,
Sempre me atormentando
Ficando, apenas, o entardecer…
Mª. de Lourdes Ferreira
In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA
*
A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
Dedicado à minha mulher
Reconheço que os poemas que eu já escrevi
Para muitos são poemas sem nenhum valor
Mas as palavras que no meu coração colhi
Foram sementes cuidadas com muito amor.
No seio da poesia, outro mundo eu descobri
Com alguns requintes de delicadeza e primor
E só pensando em melhorar o que já escrevi
Posso provar aos cépticos o meu real valor.
Quero aqui deixar registradas a nosso favor
Que ajudes a espalhar os meus versos por aí
Eles são o fruto de horas de dedicação e amor
A uma paixão que contigo cresceu por aqui.
Agora, termino estes meus versos, sem temor
Consciente de todos os versos que deixo aqui.
Que eles sirvam motivação a quem se propor
Á amar alguém, como eu sempre te amei a ti.
Luis Filipe Rodrigues
In MAGIA POÉTICA
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A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
Subi a montanha
Esquecendo as minhas lutas,
Aquelas que eu perdi,
Mas meu pensamento teimava
Em recordar-me
Que tudo o que via era falso…
Desci devagar até à praia,
Deitei-me na areia,
Chorando mágoas, tristezas,
Dores e paixões,
E no silêncio da minha estrada
Fui caminhando…
Mas, esse, não era o caminho,
Nem o meu desejo.
Todavia, fazendo nascer a esperança
Com o desejo de chegar,
Por ali fui ficando, ficando
Muito só, em nostalgia…
Não era este o meu caminho
E a minha luta me envolveu,
Dia após dia.
Neste caminhar eu errei
E, o meu sofrimento enfrentei,
Até que o tempo passou.
Perpétua Matias
In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA
*
A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS
«Em homenagem a América Miranda»
A Amália Rodrigues
Sabe a passado e é nome de mulher
Nome simples mas cheio de magia
Sabe bem ouvir mas preciso é dizer
Que Amália é fado e que é poesia.
Chorava a cantar e assim viveu
O amor, o ciúme, a saudade sofrida
Por todo o mundo espantou e venceu
Que estranha forma de vida.
Que mistério é este que é só seu
Que não se explica e é divinal?
No fado és rainha de Portugal.
Sua voz é grande e não se perdeu
Partiu em viagem, porém é memória
Que tão bem canta a nossa história.
Rolando Amado
In CAMINHOS DE POESIA
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(*) - O falecimento da grande poetisa América Miranda ocorreu a 27 de Setembro de 2017
Frassino Machado,
coordenador temporário desta TERTÚLIA que, entretanto - em homenagem a América Miranda se passou a chamar TERTÚLIA POÉTICA AMÉRICA MIRANDA:
https://www.facebook.com/Tertúlia-Poética-América-Miranda-129017903900018
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