ESPAÇO COLECTIVO ARTISTICO E CULTURAL - COORDENADO PELA POETISA AMÉRICA MIRANDA - E ONDE SE INSEREM AS CONTRIBUIÇÕES DE TODOS OS TERTULIANOS, TANTO EM VERSO COMO EM PROSA, COM O OBJECTIVO DE DIVULGAÇÃO E HOMENAGEM AO GRANDE POETA ELMANO SADINO !
Quarta-feira, 18 de Outubro de 2017
A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS - NA ERA PÓS - AMÉRICA MIRANDA (*)

 

«Em homenagem a América Miranda»

«PRESIDENTE DA TERTÚLIA»

 

  1. ESTRANHA CONTRADIÇÃO – América Miranda

 

A imensidão do mar é uma beleza

As ondas revoltas são tão lindas;

Como é bela, toda esta grandeza

Que vem das profundezas tão infindas.

 

A espuma no seu belo rendilhado

Vem espreguiçar-se na areia

E o céu, tristemente enevoado,

Faz lembrar o lento apagar duma candeia.

 

E quando já cansado da revolta

O mar se queda em imensa mansidão

A minha alma lentamente dá a volta

À tristeza do meu pobre coração.

 

E, então, rio, brinco e canto

E tranquila como o mar tão inconstante

Deito ao vento e ao luar todo o meu pranto

E quedo-me alegre por um instante.

 

Estranha contradição, ó poetisa,

Que a tua alma alegra e pisa!

 

América Miranda

In SEGUNDA ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA

 

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. BELEZA INFINDA – Amélia Marques

  

À beira-mar me sentei e por instantes meditei…

Ó como é belo usufruir de tão grande beleza!

Contemplar o verde-esmeralda

Que se estende no infinito.

 

Como é belo olhar o azul do céu e o sol brilhante

Que ilumina toda a terra.

E como deve ser maravilhoso contemplar

O mar à luz do luar e das estrelas

E ter, por companhia, simplesmente a noite.

 

Elevarei os olhos ao céu e pedirei a Deus

Que os homens se entendam

Para um mundo melhor.

Que acabem as guerras

E que haja amor e concórdia

Em toda a Humanidade!

 

Amélia Marques

In 2ª. ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA

  

 *

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. DEFINHAMENTO – António Carvalho

 

Perguntem o que tenho e não saberei dizer,

Experiências ao longo de uma vida,

Recordações da estrada ainda por fazer,

Ou da amante que foi perdida?

 

Obscuras são as delícias alugadas

Que inundam e incendeiam a respiração

Das almas que se julgam deslumbradas

Na sofreguidão do latejar do coração.

 

Como as ondas, uma a uma, sem cessar

Deslizam pensamentos, alentos sem destino

No horizonte dum azul claro e divino.

 

Dolorosa é a factura que tenho que pagar

Se deslumbrado e jovial, fiquei quando te vi:

Não perguntem o que tenho, mas sim o que perdi!

 

António Carvalho

In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA

  

 *

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. ALDEIA DO INTERIOR – António Sala

 

Cresci numa aldeia do interior,
De casas mal pintadas.
Ruas estreitas,
Mal iluminadas
E campos floridos em redor.

Cresci numa aldeia do interior,
Onde em cada casa há uma varanda,
Vasos de barro
E flores à janela,
Um cão vadio é ali a sentinela.

Cresci numa aldeia do interior
Com uma ponte sobre o rio
E o velho moinho
Já cansado,
A mastigar o pão que mata o frio.

Cresci numa aldeia do interior
Onde uma
“chanfana”
É carne assada
Na caçoila.
O vinho é bem tirado
E quem vier depois
Terá sempre um lugar ao nosso lado.

Minha aldeia, minha aldeia,
Avenidas de alecrim,
Fontanário de cântaros sem fim.
Minha aldeia, minha aldeia,
Sons de sino a repicar
Ou que, dolentes, avisam
Que um de nós nos vai deixar.


António Sala
In PALAVRAS DESPIDAS DE MÚSICA

 

  *

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

  

  1. NO OUTONO DA VIDA – Armando David

 

Em pleno céu aberto,

Paralelo dezanove,

A tempestade está perto

Relampejou e já chove.

 

Nuvens negras, carregadas

De insensatez, meu desgosto,

Más vontades, trovoadas,

Chuva que rola em meu rosto.

 

Chega o Outono da vida

Sem o calor que eu preciso:

Em vez do sol por guarida

Tenho gelo, chuva e granizo.

 

Armando David

In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA

 

 *

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. A TUA VOZ – Celeste Reis

 

  “Para América Miranda,

Opinião generalizada dos ouvintes

Da R. R.”

 

Renovam-se os dias em noites

As noites em dias

Só ouvindo a tua voz

Me passam as agonias.

A tua voz

Tem o condão

De levar para longe

A minha solidão.

 

Só a tua voz

É uma carícia de sol

Num dia invernoso

Em verdadeiro trinado

Sussurrante, apaixonado, delicioso.

 

A tua voz

É uma aragem refrescante

Uma estrela cintilante

Nesta abóbada sem fim,

É uma atracção deliciosa

Que revive silenciosa

Dentro de mim…

 

Somente a tua voz

Dá cor aos meus dias

E me poupa as arrelias

Nesta agitada viagem

Embelezando a paisagem

Das longas invernias.

 

A tua voz

Não sei de onde vem

Se vem da terra ou do luar

Do oriente ou do ocidente

Só sei que, ao ouvir-te falar,

Salta o coração de contente.

 

Ao sentir a tua voz

Perto dos meus ouvidos

Calam-se os meus ais

Naqueles sons musicais

Que fazem delirar os sentidos.

 

A tua voz

É um róseo amanhecer

Que leva para longe

As mágoas do meu viver,

Mágoas do meu coração,

São como hinos nas alturas

Que dão às noites escuras

Ternura e emoção.

 

Porque a vida se dilui

E porque o tempo é voraz

Só quando te oiço falar

A minha mágoa se desfaz…

 

E no deserto sem fim

Desta alma ansiosa

Vem até mim

Uma voz melodiosa

Que deseja e tenta

Dar à minha vida cinzenta

Um tom mais cor-de-rosa.

 

A tua voz, é uma doce sinfonia

Um novo alvorecer

Como um toque de clarim

Que ao vibrar em mim

Ma faz renascer!

 

Celeste Reis

In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA

 

 *

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. DESABAFO NA POESIA – Custódia Pereira

 

Na Poesia encontro a paz que necessito

E assim, escrevendo, alivio a minha dor,

São frases curtas que teimo e insisto

Em demonstrar meu carinho com amor.

 

Ao leres o que escrevo irás pensar

Que dramatizo a sorte que Deus me deu,

Mas não me queixo, só quero desabafar,

E se choro é problema meu.

 

Compreende que é triste a solidão

E o amor faz falta ao coração…

Por isso não rias da minha escrita.

 

Um dia também a solidão te baterá à porta,

Ficarás gelada, quase morta…

E irás precisar de um carinho, acredita!

 

Custódia Pereira

In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA

 

 *

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. SÚPLICA – Eugénia Chaveiro

 

Eu supliquei ao tempo que parasse!

P´ ra fazer algo, que ainda não fiz,

Ao sol e às estrelas para ser feliz

À Divindade que não me abandonasse.

 

Ao Firmamento eu implorei compaixão!

Que escondesse o sol ao amanhecer,

Não me aquecesse logo ao nascer,

O que orvalho não perfurasse meu coração…

 

E assim fui suplicando, dia após dia,

Que minhas penas voassem com o vento,

Pois teimam em não escutar meu lamento,

Entoando um acorde de triste melodia.

 

Por mais que introduza bemóis ou sustenidos

Oiço sonorizar como um carrilhão…

Mas, neste tão amargurado coração,

Só ecoa “a sinfonia dos gemidos”…

 

Nos tortuosos passos, desta caminhada,

Os “sons” do meu vazio vou escutando,

Em soluços e lágrimas suspirando

Calcorreando em “Dó” até ao fim da estrada.

 

Eugénia Chaveiro

In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA

 

 *

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. ESTRANHA FORMA DE SER – Félix Heleno


Fumar é uma forma de suicídio. 
É um acto tão medíocre 
Que apenas antecipa a mediocridade da morte. 



Cigarro, estranho vício me contenta 
Álcool, estranha sede insaciável 
Droga, estranha ilusão que alimenta 
O prazer de ser um sonho irrealizável. 

Guerra, estranha forma de matar 
Ódio, estranha forma de viver 
Fome, estranha forma de aceitar 
A gula dos que comem por prazer. 

Que estranho é viver a procurar 
Toda a forma de querer sobreviver 
À procura do que nunca tem sentido. 

Que estranho é ser a morte a libertar 
Tudo quanto foi na vida padecer 
E tudo quanto nesta vida foi sofrido.

 

Félix Heleno

In OLHOS DA MENTE

 

 *

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. SOM DOS VIOLINOS – Fernanda de Carvalho

 

Mil violinos soando ao vento

São notas vivas de mil cores

As flores vão abrindo com o tempo

E vão-nos deliciando com seus odores.

 

E assim o nosso amor

Também vai crescendo

Como esse jardim em flor

São notas de música chovendo.

 

Trazem as cores do arco-íris

É chuva, é pranto, é harmonia

É um beijo que não causa dor.

 

Mas chovem, chovem notas dolentes

Notas cheias de alegria

E assim vai crescendo o nosso amor.

 

Fernanda de Carvalho

In CAMINHOS DE POESIA

 

 *

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. VIVER NA SOLIDÃO – Fernando Eloy do Amaral

“Ao amigo A. C.”

 

Angústia de viver na Solidão,

Onde vivem ausências, outras Eras,

Com sabor a perdidas Primaveras

Só presentes num triste coração.

 

Como Real, ficou como ilusão

Sempre a beber nostálgicas quimeras

E doces inverdades tão sinceras

A perturbarem lúcida Razão.

 

Esse estar só, com tanta multidão

Entranhada no vasto Pensamento,

Recordando o passado com Paixão.

 

Que inefável Prazer e que Tormento!

Enfrenta, amigo a tua Solidão

Sem mágoa, sem tristeza, sem lamento!

 

Fernando Eloy do Amaral

In 2. ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA

 

 *

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. POMBA DA PAZ – Frassino Machado

 

Neste mundo de egoísmos foi charneira

Entre a matéria vã e o sentimento

Onde a Virtude busca o condimento

E o terreno propício à sementeira.

 

Foi homem bom com alma hospitaleira,

Guardando nela até o sofrimento

E a fé que ao mundo deu de alimento,

Com sorriso feliz a vida inteira.

 

Nos factos e tragédias sem esperança

Foi sempre aquele espírito em bonança

Pomba da Paz com ramo de oliveira…

 

Seu nome, todos sabem, correu mundo

Por ser o Santo Papa, João Paulo Segundo,

D´ almas eleitas a mais verdadeira!

 

Frassino Machado

In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA

 

 *

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. PASSEIO À TERRA DE ELMANO – Graciett Vaz

 

Fomos nós, Tertulianos,

Unidos e muito humanos,

Visitar o uno Bocage.

A Casa estava fechada,

Toda a gente magoada,

Ora esta, mas que ultraje!

 

Valeu-nos irmos p´ la serra

Tão velhinha na hera,

Quase parece encantada.

Suas matas e arvoredos

Sussurram-nos de segredos

E o mar ouve essa toada.

 

Somos uma gente honesta

Dali seguimos p´ ra festa

Cumprimos o combinado.

Não deixou de ser feérica

E, na volta, Maria América

Exaltou o Bocage amado.

 

Graciett Vaz

In 2. ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA

 

 *

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. PALAVRAS – Helena Bandeira

 

Palavras soltas, palavras loucas,

Palavras que se disseram,

Outras que ficaram por dizer…

 

Como saber se foram poucas

As palavras que se disseram,

Ou demais as que se calaram?

 

Como saber se foram as certas,

As palavras que se disseram,

Ou aquelas que se guardaram…

 

Pode a palavra dita ser perigosa…

 

Tanto quanto pode ser frustrante,

Triste, doloroso e inquietante

A palavra que ficou por dizer.

 

Se essa era uma palavra carinhosa!...

 

Que jamais fiquem por dizer

Gestos de carinho, ternura e amor…

 

Que jamais fiquem por dizer

As palavras ditadas pelo Amor!

 

Helena Bandeira

In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA

 

 *

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. ALGUM MOTIVO – Humberto de Castro

  

Procuro encontrar uma razão

Que justifique

Eu não querer acreditar em Deus…

 

Há guerras e fomes,

Tantas injustiças e egoísmos,

Desavenças entre várias religiões,

Assaltos e pedofilia,

Tanta ignorância e mesquinhez…

E Deus não vê?

E Deus deixa tudo acontecer?

 

E eu continuo à espera

Que Ele me faça mudar de opinião

E me dê algum Motivo

P´ ra não deixar de acreditar n´ Ele!

 

Humberto de Castro

In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA

 

 *

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. VEREDAS DO TEMPO – Jorge Rosa

 

Longe das pontas do infinito ainda sou,

Renasce o acontecer das coisas esquecidas

Palavras da memória, no gozo dos dias…

Nudez do grito ausente, incendiado

Pela torrente de emoções…

À saudade da chuva misteriosa

Onde cordo pela primeira vez

Do foco da solidão do pensamento.

 

Fico no momento do inerte…

Solipsismo da noite sem ninguém

Aqui, no critério das veredas do tempo

Esvoaçando entre as diversas emoções

Instantes de desassossego

O isto recortado, pela tempestade

E as coisas não são como se programam.

 

Jorge Ferro Rosa

In VADIAÇÃO POÉTICA

 

 *

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. CIVILIZAÇÃO SEM CORAÇÃO – Lídia Susana

 

Vale a pena fazer a viagem

Sentir a Natureza virgem

Como o mais belo coral,

Bela, pura, natural,

Pelas montanhas e florestas.

 

Na sua íntima pureza

O vento faz-nos festas

Refresca-nos com sua brisa,

O sol queima-nos, com seus raios,

Raios ardentes, abrasadores,

Mergulhar nos seus rios,

Cheirar o perfume das flores

É uma viagem inesquecível!...

 

Mas, o que é mal vai e vem

Uma destruição incrível

Cujo culpado é o homem.

Destrói tudo para a Civilização,

Civilização tão grandiosa,

Civilização tão majestosa,

Que nem sequer olha para o coração…

Nem sequer consegue reparar

Que ocupa um lugar de beleza.

 

Se reparasse, também não saberia parar,

Só sabe destruir o que nos dá

A mãe Natureza,

Isso sim, poder, dinheiro, Civilização…

Civilização, tu não tens coração!

 

Lídia Susana

In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA

 

 *

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. MORRER DE AMOR – Lobo Mata

 

Ele cheira a terra

Tem a morte no olhar.

As palavras firmes

Os passos de matar.

 

Ela cheira a flores

Com doçura no olhar

As palavras meigas

O andar de matar.

 

Por amor

Ambos matam

Ambos morrem.

 

Ele e ela

Andam assim

Sempre a dar a dar.

 

Ele, coração duro,

Ela, coração de chorar.

 

Ambos morrem

De amor.

 

Por amor

Os dois se andam a matar.

 

Lobo Mata

In POEMAS MEUS

 

 *

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. MENSAGEM – Lourdes Agapito, Mª.

 

Como seria bom

E a Humanidade feliz

Se todos dessem as mãos,

Se houvesse compreensão

E, acima de tudo, Amor…

Muito Amor e Paz…

PAZ no coração;

E a Vida deixaria de ser

A tal bola de sabão

Que se desfaz!

 

Como seria bom

E belo o nosso viver,

Se os que têm a mais

Pensassem nos que têm a menos

Com fraternidade.

Como seria bom!...

A Vida teria mais sentido,

Mais sabor e mais verdade!

 

Mª. de Lourdes Agapito

In MADRIGAL PARA A VIDA

 

 *

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. PARTISTE FELICIDADE – Lourdes Ferreira, Mª.

 

Felicidade, onde estás?

Porque, sem querer, partiste?

Como bola de neve que se desfaz

Só de pensar em ti, fico triste.

 

Chora tantas vezes o coração,

Sente sangrando e está perdido,

Foi para longe a separação,

Um amor feliz, quando vivido.

 

Os anos vão-se alongando,

A felicidade foi p´ ra esquecer,

Vai-se andando e sonhando,

O tempo passando a correr.

 

E a solidão aumentando,

A cada dia que vai nascer,

Sempre me atormentando

Ficando, apenas, o entardecer…

 

Mª. de Lourdes Ferreira

In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA

 

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. VERSOS DE AMOR – Luís Filipe Rodrigues

 

                                Dedicado à minha mulher

 

Reconheço que os poemas que eu já escrevi

Para muitos são poemas sem nenhum valor

Mas as palavras que no meu coração colhi

Foram sementes cuidadas com muito amor.

 

No seio da poesia, outro mundo eu descobri

Com alguns requintes de delicadeza e primor

E só pensando em melhorar o que já escrevi

Posso provar aos cépticos o meu real valor.

 

Quero aqui deixar registradas a nosso favor

Que ajudes a espalhar os meus versos por aí

Eles são o fruto de horas de dedicação e amor

A uma paixão que contigo cresceu por aqui.   

 

Agora, termino estes meus versos, sem temor

Consciente de todos os versos que deixo aqui.

Que eles sirvam motivação a quem se propor

Á amar alguém, como eu sempre te amei a ti.

 

Luis Filipe Rodrigues

In MAGIA POÉTICA

 

*

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. ERREI – Perpétua Matias

 

Subi a montanha

Esquecendo as minhas lutas,

Aquelas que eu perdi,

Mas meu pensamento teimava

Em recordar-me

Que tudo o que via era falso…

 

Desci devagar até à praia,

Deitei-me na areia,

Chorando mágoas, tristezas,

Dores e paixões,

E no silêncio da minha estrada

Fui caminhando…

 

Mas, esse, não era o caminho,

Nem o meu desejo.

Todavia, fazendo nascer a esperança

Com o desejo de chegar,

Por ali fui ficando, ficando

Muito só, em nostalgia…

 

Não era este o meu caminho

E a minha luta me envolveu,

Dia após dia.

Neste caminhar eu errei

E, o meu sofrimento enfrentei,

Até que o tempo passou.

 

Perpétua Matias

In 2.ª ANTOLOGIA DE POESIA E PROSA POÉTICA

 

 

A VOZ POÉTICA DOS TERTULIANOS

 

«Em homenagem a América Miranda»

 

  1. NOSSA SENHORA DO FADO – Rolando Amado

 

 

              A Amália Rodrigues

 

Sabe a passado e é nome de mulher

Nome simples mas cheio de magia

Sabe bem ouvir mas preciso é dizer

Que Amália é fado e que é poesia.

 

Chorava a cantar e assim viveu

O amor, o ciúme, a saudade sofrida

Por todo o mundo espantou e venceu

Que estranha forma de vida.

 

Que mistério é este que é só seu

Que não se explica e é divinal?

No fado és rainha de Portugal.

 

Sua voz é grande e não se perdeu

Partiu em viagem, porém é memória

Que tão bem canta a nossa história.

 

Rolando Amado

In CAMINHOS DE POESIA

 

______________________________________

 

(*) - O falecimento da grande poetisa América Miranda ocorreu a 27 de Setembro de 2017

Frassino Machado,

coordenador temporário desta TERTÚLIA que, entretanto - em homenagem a América Miranda se passou a chamar TERTÚLIA POÉTICA AMÉRICA MIRANDA:

https://www.facebook.com/Tertúlia-Poética-América-Miranda-129017903900018



publicado por assismachado às 18:31
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