ESPAÇO COLECTIVO ARTISTICO E CULTURAL - COORDENADO PELA POETISA AMÉRICA MIRANDA - E ONDE SE INSEREM AS CONTRIBUIÇÕES DE TODOS OS TERTULIANOS, TANTO EM VERSO COMO EM PROSA, COM O OBJECTIVO DE DIVULGAÇÃO E HOMENAGEM AO GRANDE POETA ELMANO SADINO !
Segunda-feira, 19 de Setembro de 2005
A TRIBUNA DOS POETAS - CELESTE REIS E JÚLIO ROBERTO
ETERNAMENTE

Por
Celeste Reis

Ao olhar teu rosto
vejo lágrimas a rolar
quero pôr fim ao teu desgosto
e tuas lágrimas enxugar.

Acaba com essa tristeza
ouve bem o que te digo
e podes ter a certeza
de contar sempre comigo.

Sei que vives magoado
eu apenas te quero dizer
acaba com esse fado
se feliz quiseres viver...

O tempo corre e avança
só tu não páras de sofrer,
deixa que te leve a esperança
hás-de acabar por vencer.

Sei que pensas em mim
e eu só te quero ajudar
livrar-te do que é ruim
ver essa mágoa acabar.

Se queres chorar, chora
mas que seja de alegria
irás pôr fim ao sofrimento
algo te dará alento
nas asas dum novo dia!

Se queres chorar, chora
mas que seja de alegria
finalmente chegou a hora
de deitares cá para fora
toda essa nostalgia...

Se queres chorar, chora
mas que seja de alegria
melhor vida te espera cá fora
lá estará quem te adora
quem tudo deseja e faz
para que vivas em Paz
e encontres finalmente
quem sempre sonhou e sonha
amar-te eternamente!

*

ENVELHECER

Por
Júlio Roberto

Eu sei que estou a envelhecer
mas eu sei que não estou a envelhecer
porque eu sei que ficar mais velho
não é ficar mais velho...
Que envelheçam pois
os que já são velhos !.

Júlio Roberto
Do s/livro “Pedaços de Mim”...


publicado por assismachado às 17:25
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Quinta-feira, 15 de Setembro de 2005
A GRANDE TERTÚLIA POÉTICA - "2º CENTENÁRIO DA MORTE DE BOCAGE"
Crónica de
Assis Machado

Finalmente, eis chegado o dia de todas as ansiedades. A Grande Tertúlia Poética surgiu, numa tarde radiosa de Verão vindimário. Nela, como que constituindo uma alegre vindima, acontece agora a colheita do que de melhor pode apresentar de si mesmo. E o melhor de si mesmo trata-se nada mais nada menos que a justíssima homenagem ao Grande Vate Setubalense. Homenagem esta, aqui e agora, dita e cantada pelos poetas de Lisboa.
Eram dezassete e quinze quando o Palco se animou sob a direcção esfuziante e competente de América Miranda. E com ela seguiram-se os testemunhos de artistas convidados. Entre eles os reconhecidos ases do teatro: Ruy de Carvalho e seu filho João de Carvalho que, com mestria e sentimento fizeram jus à qualidade emanada da essência da poiesis Bocageana. Toda a plateia apreciou as suas actuações. De seguida foi a vez do poeta Júlio Roberto que, com palavras sábias como é seu timbre, exaltou as exímias rimas de Elmano Sadino.
Subiram ao palco, para encantar os presentes o sempre dinâmico Humberto de Castro que, a karaoque, interpretou com bastante agrado dois temas de seu repertório, finalizando esta parte, com duas declamações de qualidade, a poetisa Graciett Vaz. Os dois foram muito ovacionados.
A partir desta altura América Miranda deu por iniciado um momento sempre apreciado de actuações líricas. Estiveram a cargo do tenor Manuel de Almeida e das cantoras Helena Mexia e Bia Banazol. Enquanto o primeiro interpretou, por playback, três conhecidas árias do lirismo italiano, estas fizeram-se acompanhar pelo experiente violista Armando Tito. O público aplaudiu com muito ênfase as suas prestações.
De seguida foi a vez da própria América Miranda e do poeta Frassino Machado que declamaram, com o máximo empenho, dois temas poéticos cada um, dedicando-os apropriadamente ao homenageado do dia: o grande Bocage.
Foi a vez, então, das poetisas tertulianas Celeste Reis, Maria de Lourdes Ferreira e Amélia Marques que, com muito brilho, declamaram alguns belos poemas para uma assistência que os ouviu e aplaudiu entusiasticamente.
Chegou a vez da apresentadora anunciar a chegada ao palco do conhecido Grupo de Jograis «O Seu Contrário». Composto este Grupo pelos artistas Cristina Strompa, Von Trina e Pedro Mulder, com sua viola, interpretaram alguns temas do seu qualificado repertório que mantiveram toda a plateia concentrada. No final, como era de esperar saíram muito ovacionados.
Evoluíram seguidamente, no palco, com agradáveis declamações poéticas os tertulianos Armando David, Eugénia Chaveiro, Mª de Lourdes Agapito, Perpétua Matias e Custódia Pereira, sendo as suas actuações, de permeio, abrilhantadas com uma interessante intervenção do cantor Francisco de Assis que, à viola, interpretou o conhecido tema de Fernando Pessoa “V Império”, com música de sua autoria. Todos saíram do palco debaixo de calorosos aplausos.
Chegou a vez de, novamente, ir a palco Humberto de Castro para animar toda a plateia com o tema “O que faz falta”, de José Afonso. O seu repto foi aceite e todos cantaram, acompanhando com palmas o referido cantor.
Para terminar esta memorável Sessão, e depois de agradecer a todos os presentes a sua sempre animada e estimada colaboração, bem assim o apoio gratificante de todas as entidades que estiveram presentes ou se fizeram representar, América Miranda chamou ao palco a maior parte dos tertulianos que, em uníssono com quase toda a plateia, cantaram entusiasmados - homenageando o egrégio Poeta - o Hino da Tertúlia.


Assis Machado


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Sexta-feira, 9 de Setembro de 2005
SACRÍLEGA LOUCURA ! - BARBOSA DU BOCAGE
bocage01.jpg

Ó Céus! Que sinto na alma! Que tormento ?
Que repentino frenesi me anseia!
Que veneno a ferver de veia em veia,
me gasta a vida, me desfaz o alento!

Tal era, doce amada, o meu lamento;
Eis que esse Deus, que em prantos se recreia,
me diz: - “A que se expõe quem não receia
contemplar Urselina um só momento!

“Insano! Eu bem te vi dentre a lux pura
de seus olhos travessos, e co’ um tiro
puni tua sacrílega loucura.

“De morte, por piedade hoje te firo;
Vai pois, vai merecer na sepultura
à tua linda ingrata algum suspiro !”


Barbosa du Bocage
In RIMAS


publicado por assismachado às 16:51
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POESIA E FORMA - DR. REIS BRASIL e FRASSINO MACHADO
II PARTE - PÓS-MODERNISMO E GLOBALIZAÇÃO POÉTICA

Por
Frassino Machado

Todos sabemos bem que hoje em dia, no mundo da "expressão poético-literária", o modelo formal do texto - ou expressão comunicativa - encontra-se sobejamente subalternizado. Qualquer escritor/poeta que se preze e, nomeadamente, aquele que conquistou lugar ao sol no "mundo do mercado literário" não tem a mínima preocupação pela forma poética. Toda e qualquer expressão escrita comum, mesmo a mais bizarra, é utilizada para veicular "sentimentos tidos como poéticos". A tal ponto chegou esta secundarização que, para espanto de todos ou até não, chega-se a desprezar o cuidado semântico, metafórico e, mesmo, gramatical ! É uma postura com intenção reconhecidamente pós-modernista que, quanto a nós, se assume libertária, para não dizer anárquica. Sinteticamente, na mais generalizada expressão literária, apenas uma preocupação impera: importa "dar nas vistas", "impressionar", "espantar". Eis a poesia que, bem vistas as coisas, constitui no nosso tempo um fenómeno proporcional às correntes artísticas dominantes, em que um "expressionismo piroso" marca a sua maior influência. Poder-se-á afirmar mesmo, no dizer de um pensador contemporâneo, "vivemos a grande maré da cultura inculta". Ou seja, para se chegar culturalmente - neste caso artisticamente - à maior quantidade possível de "consumidores" torna-se fundamental que todo o escritor/poeta se vista da roupagem o mais generalizada possível ( eu direi vulgarizada ) para que a sua mensagem se torne abrangente a todas as classes de potenciais leitores/admiradores...
Sendo assim poderemos dizer que, no tocante à forma poética estamos conversados: à priori toda a expressão escrita é válida em si mesma desde que sirva de atracção e seja apelativa. Logo toda a arte poética aposta - no lugar da essência e da forma - na emocionalidade, no sentimento figurativo, no instinto e na ficção do movimento, do som e da luz. Isto é, em última instância, há que apostar no apriorismo da « palavra ». Da palavra singular. Esta, por si mesma - tentando justificar e dominar o espaço e o tempo - impõe-se a todos os fenómenos. Quer dizer: a palavra conquistou o primado da expressão artística poética. Dito doutra forma: a palavra venceu o verso e o poema e, daqui, substituiu a poesia.
O que acabámos de expor é apenas, e só, a forma como visualizamos o momento da Poesia actual que, quer queiramos quer não, prolifera em todas as línguas e culturas como resultante da transformação universal dos meios de comunicação de massas. Aquilo a que chamamos de "globalização" invadiu sem limites a arte poética tornando-a mais popular, sim, mas também mais libertária e volátil.
O que há a fazer ? Qual deverá ser a resposta de todo aquele que se considera justamente como poeta ? Deverá deixar-se arrastar pela "corrente global" sem critério formal considerado ou terá de se qualificar cada vez mais, privilegiando a sua própria expressão poética e literária ? Deverá jogar, por mero instinto, no "Maria vai com as outras" ou apostar fortemente na sua própria identidade? É este o grande desafio, na nossa opinião, que o poeta tem de cumprir e arriscar. Será uma atitude de resistência que, mesmo não tendo à partida efeitos imediatos, pelo seu próprio fundamento e convicção conquistará, a todo o momento, o seu inquestionável mérito.

Frassino Machado,
In CAMINHOS DO PENSAR


publicado por assismachado às 16:29
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A TRIBUNA DOS POETAS - PERPÉTUA MATIAS E HUMBERTO DE CASTRO
O OUTONO

Por
Perpétua Matias

Mamã, o dia escureceu
e o chão está molhado.
Meu amor, é Outono, choveu,
o tempo está mudado.

Mamã, porque mudou?
chove, eu quero ir ao jardim.
Meu amor, o Outono chegou,
no Outono é sempre assim.

As árvores ficam despidas
tornam a rejuvenescer,
ficam todas floridas
assim que o sol aquecer.

Tudo se faz por magia,
a chuva, o frio, o calor.
Vem a noite, vai-se o dia,
sabes? É mistério do Redentor.

O Outono há-de passar
pois o tempo passa a correr,
Vais para o jardim brincar
quando deixar de chover.

Por enquanto vem espreitar
como a natureza é bela
parece ave a esvoaçar
aquela folha amarela!


Perpétua Matias
In 2ª Antologia Poética

*

VIAJANTE

Por
Humberto de Castro

Viajando entre o presente e o passado,
como navegante
num mar que desconheço,
e encontrando pessoas
que têm o sol nas suas vidas,
contemplando o infinito
através do brilho e do silêncio
- um silêncio que parece
ter tomado conrta do ambiente –
fico perdido, atordoado
e lisonjeado ao mesmo tempo,
pelos olhares luminosos que me lançam,
e procuro que o conhecimento silencioso,
que me acompanha nesta caminhada,
me ajude a separar
a amizade da busca espiritual,
que eu tanto desejo,
mas que não consigo,
e que abala a minha alma
ferida de incertezas !

Armando de Castro
In 2ª Antologia Poética


publicado por assismachado às 16:22
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POESIA E FORMA - DR. REIS BRASIL e FRASSINO MACHADO
I PARTE - MEDIDA VELHA E MEDIDA NOVA

Por
Dr. Reis Brasil

Embora continue a poetar-se, entre nós, na chamada "medida velha", a partir de certa altura toma maior vulto a "medida nova".
Na "medida velha" incorpora-se a redondilha tradicional composta de cinco e de sete sílabas ( redondilha menor e redondilha maior ), que, por vezes, se juntam com o verso de onze sílabas. Nesta medida é usual a tendência para "cantigas sujeitas a mote", seguidas de glosa, ou para diversos argumentos de versos de cinco e de sete sílabas. Recordemos o teatro vicentino, as Quintilhas de Sá de Miranda, as Redondilhas de Camões, as cantigas sujeitas a mote de Diogo Bernardes. Isto no século XVI. Mais tarde seguirão esta medida Rodrigues Lobo em parte, assim como, também em parte, Nicolau Tolentino e Bocage.
A "medida nova", na sua forma genuína, adopta, sobretudo, os conhecidos "versos decassilábicos", ou seja, de dez sílabas. Embora estes já existissem em Portugal, desde as nossas Cantigas de Amor, agora retoma nova vida em seguimento da actuação dada pelos renascentistas italianos: acentuação nas sílabas 6ª e 10ª, ou nas sílabas 4ª, 8ª e 10ª. A forma mais divulgada é o Soneto , composto por duas quadras e dois tercetos de versos decassílabos. O esquema ideal para Castilho é este: ABBA, ABBA, CDC, DCD. Pode ainda seguir-se este esquema: ABAB, ABAB, CDC, DCD; a rima dos tercetos é muito variável. Mais tarde surgirá o Soneto alexandrino, com a mesma estrutura e acentuação, com a diferença de se tratar de "versos duodessilábicos", isto é, de doze sílabas. Consta que o Soneto é originário da Sicília e terá sido trazido da Itália, no século XVI, por Sá de Miranda que, posteriormente o divulgou e ao qual Camões, logo a seguir, deu suma expressão. Temos ainda a "Canção", que se divide, geralmente, em três partes: 1) -cenário; 2) - o amor enquadrado nesse cenário; 3) - invocação à Canção personificada. Entre as formas clássico-renascentistas, integradas na designação de "medida nova" recordemos as seguintes: elegia, écloga, epístola, epigrama, ode, sextilha, epitalâmio, ditirambo.

Dr. Reis Brasil,
In HISTÓRIA DA LITERATURA PORTUGUESA


publicado por assismachado às 15:56
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Segunda-feira, 5 de Setembro de 2005
A TRIBUNA DOS POETAS - FRASSINO MACHADO E ARMANDO DAVID
A ÁRVORE TERTULIANA

Por
Frassino Machado


Nós somos como aquela árvore frondosa
numa terra difícil mas mui bem plantada
por alguém cuja vida a ela dedicada
se transformou p’ ra sempre em alma virtuosa.

América é o tronco e seiva generosa
com prestimosa arte e mente delicada
os ramos todos nós de copa prateada,
eis aqui admirável árvore bem airosa.

A terra é ruim mas esta árvore vai boa
e os frutos serão bons se a alma não destoa
se para tal houver de nós dedicação...

Diz-me que fruto dás, dir-te-ei o teu valor,
que do Sadino Vate temos o calor,
faltando pegar fogo ao nosso coração !


Frassino Machado
In AS MINHAS ANDANÇAS


*

CUNHO DE AMIZADE

Por
Armando David

Meu amigo e companheiro,
Andamos o tempo inteiro
Na rua sempre em andança;
Uma luta pela vida,
Era essa a nossa lida.
Lá se fazia a cobrança.

Vivendo p’ ra receber
Assim íamos percorrer
Ruas, de fio a pavio;
E angariando dinheiro,
Levávamos o dia inteiro
À chuva, ao calor e ao frio.

Recordo o tempo passado
E o trabalho realizado;
Boa “equipa”, na verdade.
O lidar quotidiano,
Legou-nos ano após ano,
O cunho de uma amizade.


( Poema em acróstico, no dia de
aniversário do meu amigo )


publicado por assismachado às 18:15
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Sexta-feira, 2 de Setembro de 2005
TODOS À TERTÚLIA ! - TODOS À TERTÚLIA ! - TODOS À TERTÚLIA !
TERTULIANOS - SIMPATIZANTES DAS LETRAS - AMANTES DA POESIA !

Volto a recordar que a grande Homenagem a BOCAGE, pelo 2º Centenário da sua morte, será no DIA 10 DE SETEMBRO, pelas 17 horas, no Auditório Carlos Paredes, na Avenida Gomes Pereira, em Benfica.

Estarão presentes, para participar activamente, actores de Teatro, representantes da Rádio e da Comunicação Social e variadíssimos Artistas e Poetas !

Mais uma vez a minha enorme gratidão à JUNTA DE FREGUESIA DE BENFICA, pela ajuda, simpatia e consideração pela nossa TERTÚLIA.

AMÉRICA MIRANDA


publicado por assismachado às 17:28
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A TRIBUNA DOS POETAS - GRACIETT VAZ E EUGÉNIA CHAVEIRO
SINTO SAUDADE

Por
Graciett Vaz

Sinto saudade
saudade infinita
da casa onde um dia eu nasci
saudade das ervas, do chão, das pedras que já lá não estão
do cão, do gato, do rato e até do sapato que era lá feito à mão
saudade daquele poial onde tantas vezes eu me sentei
saudade de toda esta paisagem tosca
onde ficou um pedaço de mim
saudade do tear, dos dias que com ele passei
e de meus segredos que com ele reparti
o qual foi vendido
hoje quem sabe já deve ter morrido
choro de saudade porque nem mais o vi
saudade da espuma que eu sentada,
na beira do rio Vascão via desfazer-se
tal como desfeitos eram os castelos que em vão construí
sinto saudade, saudade não sei de quê
sinto saudade de mim.

*

VIVER

Por
Eugénia Chaveiro


A alegria não se alcança do exterior
se dentro de nós não há lugar para o amor
é nas pequenas coisas
que se encontra a maior riqueza
e em tudo de belo
quanto possui a natureza
a que tantas vezes ficamos alheios
absorvidos com os nossos anseios
não vemos o sol brilhar
no que Deus nos dá de graça
depois quando o tempo passa
e o caminho percorrido
é como um pássaro ferido
muito triste a esvoaçar
à procura de calor
tropeçando em vez de andar
estes mendigos de Amor ...



publicado por assismachado às 17:08
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POETAS FAMOSOS - ANTÓNIO VILAR DA COSTA
ROUXINÓIS DA MINHA ALDEIA

Por
António Vilar da Costa


Bendito sejais tu ó meigo rouxinol
sublime trovador de mágica beleza,
morria de saudade a vasta natureza
faltando a tua voz, saída dum crisol.

Suavizas com teu canto os dias de tristeza,
de luto e de amargura, interminável rol
dos que têm labor da aurora ao pôr do sol.
Dás vidas ao mundo inteiro, oculto na devesa.

E à tarde, quando a sós entregue à minha dor,
vagueio no choupal, absorto e sonhador,
tu fazes-me sentir vibrar com emoção.

Esqueço a vida ingrata, o caos onde vivo
e, ouvindo a tua voz, encontro o lenitivo
nas horas de pesar, de angústia e de paixão.




publicado por assismachado às 17:03
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