ESPAÇO COLECTIVO ARTISTICO E CULTURAL - COORDENADO PELA POETISA AMÉRICA MIRANDA - E ONDE SE INSEREM AS CONTRIBUIÇÕES DE TODOS OS TERTULIANOS, TANTO EM VERSO COMO EM PROSA, COM O OBJECTIVO DE DIVULGAÇÃO E HOMENAGEM AO GRANDE POETA ELMANO SADINO !
Sexta-feira, 6 de Maio de 2005
TERTÚLIA DE MAIO - PRIMAVERA QUASE VERÃO !
TERTÚLIA DAS FLORES
Terá lugar amanhã, sábado 7 de Maio um Maio primaveril e florido mais uma Tertúlia Ao Encontro de Bocage. O local é o tradicional : auditório Carlos Paredes, em Benfica. O horário decorrerá entre as 18 e as 20 horas. Convém chegar um pouco antes!
Pelo evoluir da temperatura dos últimos dias prevê-se um calor demasiado alto para a tarde. Mas o local é fresco, não fosse a Avenida Gomes Pereira uma das mais arborizadas e floridas de Lisboa. Portanto, todos os tertulianos lá esperarão, com engenho e arte, todas as pessoas de boa vontade, que queiram assistir e a ajudar a dinamizar o encontro.
Todos à Tertúlia !
Todos à Tertúlia !
Todos à Tertúlia !
OS AMIGOS DE ITÁLIA - ACADEMIA INTERNAZIONALE « IL - CONVIVIO »
LA MIA TERRA
Di
Antonia Speranza
Su dossi di calcare
bianchi casolari
fra spighe di grano
giallo di caldo sole.
Rossi i filari d' uva
pregni di dolce umore
distillato dalla terra,
pur avara di acque.
Seculari gli ulivi
dalla sagoma contorta,
quasi giganti
dalle braccia d' argento
protesi a difendere
in piccole zolle di terra
la ricchezza del liquido oro.
Ondeggiano le messi al sole
nella lieve brezza di mare
e, sommesse al suo soffio,
si muovono le verdeggianti
piante di macchia
dai soavi effluvi
nella campagna di Puglia,
bruno tappeto di arsa terra.
IL CONVIVIO, Anno VI, Nº. 1, Pg. 23
=====
A MINHA TERRA (*)
Por
Antónia Esperança
Sobre terreno de calcário
casinhas esbranquiçadas
por entre espigas de grão
dourado pelo escaldante sol.
Fileiras encarnadas de uvas
inchadas de líquido sumarento
destilado pela terra,
devido à avareza de água.
As seculares oliveiras
pelo fuste contorcido,
quase agigantado,
com seus prateados braços
prontos para defender
numa pequena porção de terra
a riqueza do líquido dourado.
A ondulante seara ao sol
aligeirada pela brisa do mar
e, obediente ao seu sopro,
move-se verdejante
plantado de mancha
pelas suaves emanações
nas campinas de Puglia
moreno tapete de terra ardente.
(*) Transcrição / Adapt. :
Frassino Machado
Quarta-feira, 4 de Maio de 2005
TERTÚLIA ITINERANTE - A NOSSA INTERNACIONALIZAÇÃO
INTERNACIONALIZAÇÃO DO « ARAUTO » E DA TERTÚLIA AO ENCONTRO DE BOCAGE
A partir do próximo Número de O ARAUTO e, em simultâneo, aqui neste espaço da TERTÚLIA, iremos inserir com toda a honra e satisfação a colaboração permanente da Accademia Internazionale Il-Convivio, de Itália, fruto do protocolo acordado entre as duas Instituições. Em contrapartida serão publicados trabalhos nossos na Revista IL-CONVIVIO uma das Revistas Académicas de Cultura Italiana mais prestigiadas. Congratulámo-nos com mais este passo em frente da nossa Tertúlia.
Prof. Assis Machado
TRIBUNA DOS POETAS - FRASSINO MACHADO
ACRÓSTICA SERÁFICA
Em homenagem a
Frei Adelino Pereira
Assistido por Deus, Eterno Pai,
Dentro da alma acende forte chama
Em prol do sonho que evolui e vai
Levá-lo até ao pé da sua dama.
Incólume labuta na alegria,
Num mundo agreste que não sabe amar,
Onde menos espera emerge o dia
Pondo no seu carpir doce cantar.
Escuta ribeirinho este jogral
Rebelde que por ti vai caminhando
Em busca da frescura de um Ideal
Irmão da Natureza sai cantando
Rumo ao irmão Francisco seu igual
Ao qual todos procuram imitando !
Frassino Machado
In OS FILHOS DA ESPERANÇA
Terça-feira, 3 de Maio de 2005
POETAS CONSAGRADOS - VASCO DE LIMA COUTO
CARTA ...
Amor :
a manhã é uma densa juventude
e um caminho de esperança, recolhido.
Com brisas que antecedem os desejos
magoa as ténues águas dos nenúferes
onde os peixes gravitam suas cores.
As crianças brincam já a esta hora.
As suas vozes trocam de harmonia
e sobem, no meu peito iluminado.
O dia acorda o dia e, lentamente,
nos preparamos para envelhecer.
E assim, amor, eu mando-te notícias
sem vontade de ter outra morada
que não seja sorrir e estar contigo.
Passou, agora mesmo, ao rés da rua,
um esquife, vazio de pessoas,
queimando a dor em duas ou três rosas
- quase bonitas de tão pobrezinhas!
Além, um gato, expira nos esgotos
seu gesto melancólico de fome
e um homem - já cansado de ser homem,
encosta-se ao portão dum prédio novo.
É manhã. Um ar lavado e fresco
entorna-se nos rostos apressados
como se a dor não existisse mais.
Que sons, os da cidade, meu amor !
Vasco de Lima Couto
In " BOM DIA, MEU AMOR "