Por
América Miranda
Bocage no seu padecer de amor foi sempre latino. Envolveu-se na teia de paixões impossíveis e pagou o preço alto daquilo que sonhou poder amar sem constrangimentos e sem limites.
Tantas vezes sentiu na carne os dardos do ciúme que passou a ver nele uma figura infernal, antro de todos os seus padecimentos e mágoas sem ter fim.
Muitos têm escrito sobre ele, mas nem todos conseguiram descrever a genialidade sem par deste Vate imortal e persistem em referir-se teimosamente
à parte erótica da sua obra, esquecendo em absoluto a beleza sem par da parte lírica.
Como lamento meu poeta preferido que após duzentos anos da tua morte, ainda façam chacota sobre a tua vida tão terrivelmente infeliz, mas plena de glória, saída do fulgor da tua pena Diamantina.
Da versatilidade do pensamento e da expressão resultou o conflito de toda a tua vida, todavia a posteridade consagrar-te-á como artista perfeito da escultura poética da língua portuguesa.
América Miranda
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