«PRÉMIO FERREIRA DE CASTRO 2003»
“Na edição do CD_ROM comemorativo dos 25 Anos do PNLJFC, sobre a vida da nossa Associação e a Vida e Obra de Ferreira de Castro contamos com a colaboração de várias personalidades ligadas à Literatura e Cultura Portuguesa nacionais e internacionais, a saber: António Amorim; António Cândido de Mello e Souza; António Magalhães; Associação Portuguesa de Escritores; Bernard Emery; Cecília Sacramento; Clóvis Rego; Eugénio Lisboa; Eurico Alves; Fernando Cristóvão; Francisco Lyon de Castro; Ivone Bastos Ferreira; Jorge Amado; José Artur Hespanha; José Augusto França; José Carlos Vasconcelos; José Ephim Mindlin; José Sarney; Junta de Freguesia de Ossela; Luciana Steggagno Picchio; Márcio de Souza; Maria de Belém de Menezes; Maria de Lourdes Agapito; Maria Luísa Tavares Bastos; Matilde Rosa Araújo; Nelly Novaes Coelho; Óscar Lopes; Pedro Calheiros; Ricardo António Alves; Urbano Tavares Rodrigues e Vítor Martins.”
POEMAS DA POETISA LAUREADA
POBRE HUMANIDADE
Como gostaria de odiar
E não sou capaz;
Ao menos detestar
Esta Humanidade
Da qual faço parte,
Odiar aqueles que só querem para si
E não se podem baixar,
Mesmo sem dores nas costas,
Mas por snobismo.
Ah, Sociedade,
Para onde caminhas?
Em vez de ofereceres felicidade,
Amor, comunhão, fraternidade,
Constróis abismos, distâncias, desunião,
Com alma de gás
E corpo de pez.
Ah, pobre Humanidade,
Não foi assim, não,
Que DEUS te fez!
*
SORTE
SORTE! Sei lá se tu existes,
Só sei que não te encontro.
Luto para te ter,
Trabalho sem descansar,
Preciso de ti para viver
E não te consigo alcançar.
SORTE! Sei lá se tu existes,
Sim, sei lá…
Talvez quando eu rasgar o chão
E tiver montes de flores,
Uma lápide pintada
Longe da multidão,
Silenciosa e apagada,
Eu, que sinto medo da solidão,
Talvez nessa altura, seja compreendida
E a minha Poesia
Tenha “sorte póstuma”
E eu seja lembrada um dia.
*
QUERIA MORAR
Queria morar
Num Céu de luzes coesas
Acesas
Por mãos justas e verdadeiras.
Queria morar
Onde todos fossem felizes
Dias e noites inteiras.
Queria morar
Numa gruta de silêncio,
Num moinho de vento,
Num lugar para toda a gente,
Cheio de humanidade,
Paz e entendimento.
Queria morar
Em qualquer lado,
Onde ainda não vivi,
Onde nascessem flores, muitas flores.
Queria morar
Longe dos ruídos da cidade,
Pertinho do mar.
Queria morar
Apenas morar, meu amor,
Dentro de ti!
*
SOU UM PARADOXO
Brinco, salto, rio e canto
Como se fosse criança,
E dentro de mim há pranto,
Há tempestade e bonança.
A vida que eu amo tanto
E que é feita de esperança,
Tem e não tem seu encanto
Sendo mulher, sou criança.
Tudo o que sinto tem nexo,
Sinto em mim um complexo,
E levo tudo a brincar…
Sinto de tudo saudade,
Vejo em tudo felicidade
E passo a vida a chorar…
Maria de Lourdes Agapito
In MADRIGAL PARA A VIDA
***
Maria de Lourdes Agapito:
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