O PALCO DA MINHA INFÂNCIA
Sou uma mulher do campo,
Nasci em lençol de espigas
Embalaram-me as cigarras
Com as suas frementes cantigas.
Entre um montado de esperança
Eu vi o bailado das folhas
Tão certinho lá nos montes
Ouvi a voz das montanhas
E o doce palrar das fontes.
No palco da minha infância
Escutei na esquina da noite
Lindos contos de encantar
Quando a lua madrinha
Com toda a sua doidice
Entrava p’ la pequena janela
Da minha meninice.
E com aquela cara tão bela
A sua voz mansinha
E suas mãos prateadas
Lentamente me vinha acariciar.
Hoje guardo em meu regaço
Elo do qual eu não me desfaço:
A mansidão do Alentejo.
Graciett Vaz
*
O LIVRO
Um livro é um pedaço de nós
Onde se expressa a alegria e a tristeza
É o erguer da nossa voz
É voar para parte incerta
É um lançar de um alerta
À Humanidade e à Natureza.
Eugénia Chaveiro
*
DESESPERO
As flores crepitam
Nas labaredas da fogueira
Onde me queimo
Onde me ardo
Onde me asso
Me desfaço…
Deixando que o amor, ao vento,
Se desvaneça em fumo
Aqui e além!
Lobo Mata
Os meus links