ESPAÇO COLECTIVO ARTISTICO E CULTURAL - COORDENADO PELA POETISA AMÉRICA MIRANDA - E ONDE SE INSEREM AS CONTRIBUIÇÕES DE TODOS OS TERTULIANOS, TANTO EM VERSO COMO EM PROSA, COM O OBJECTIVO DE DIVULGAÇÃO E HOMENAGEM AO GRANDE POETA ELMANO SADINO !
Quarta-feira, 14 de Maio de 2008
EM LOUVOR DE BOCAGE - AMÉRICA MIRANDA

EDITORIAL BOCAGIANO
Notava-se que Manuel Maria de Barbosa du Bocage já se encontrava bem impregnado da atmosfera da sua época. O contrário é que seria de admirar. No entanto, a resolução do problema amoroso continuava a ser básico para o seu espírito. Dir-se-ia estar persuadido de nunca atingir um nível de tranquilidade razoável, enquanto não se lhe deparasse a mulher a quem pudesse confiar-se inteiramente.
Precisava de uma alma gémea, capaz de compreendê-lo, de vibrar nos mesmos anseios de beleza, de incitá-lo a aproveitar, as faculdades que poderiam erguê-lo a uma esfera social mais alta. Amoroso por temperamento, só guiado pela mão suave mas firme de uma mulher devotada, entraria num rumo mais nobre da existência, Chegou a ser dramática a sua ânsia de buscar entre as “moças mil” por ele cortejadas, ansiando ofertar à sua eleita o tesouro de ternura que possuía na grandiosidade da sua alma.
Quem pode compreender em absoluto um espírito irrequieto e sofredor como foi o nosso Bocage? Talvez só quem como ele amou dessa maneira.
América Miranda
In O ARAUTO DE BOCAGE, N.RS 123/124, Abril de 2008
De M.Luísa Adães a 11 de Junho de 2008 às 15:30
E alguém amou como Bocage? Alguém foi como ele?
Ninguém! Ninguém amou daquela forma! Todo o amor que conheci ,através de mim e dos outros não se comparou ao Dele... Por muito que escrevam acerca do amor - sempre o trocaram por outro amor - que nem era amor...
Elevar um ser que partiu e escrever poemas de amor
a esse ser "escolhido" não dá - mais - o direito de outro amor real e fisico e continuar a escrever sobre "amor" invocando aquele que partiu.
Torna-se numa blasfemia que nem todos entendem.
E eu, não acredito nesse amor que vai dar origem aos poemas. Não posso acreditar!
Mas Bocage, ao contrário de todos, foi repudiado, sempre, pelo amor incontestado!
Nele e na sua fragilidade amorosa eu acredito! Nos outros Não!
Nesses, o Amor em verso, serve para chamar a atenção não para os versos, mas para a pessoa que escreve, na procura de alguma coisa a que vai chamar de AMOR.
Nada tem, de verdade!
Bocage quando escreveu versos de Amor dirigia esses versos a quem estava a amar, não se servia de amores passados para chamar, outras espécies de amor...
Era de uma sinceridade incontestável!
Eu não conheço alguém igual, a essa sinceridade
manifestada pelo VATE da NOVA ARCÁDIA!
Escrever sobre o amor e aquele a quem amamos, não é um chamamento a uma situação igual, mas com outra pessoa.
Se escreve, dirige àquele a quem escreve e não ao que vai ler e responder, a esse chamado.
Isso é ignomínia!
Então e para finalizar, eu estou com Elmano e a sua
sinceridade de poeta, Incontestado!
Saudades,
Maria Luísa Adães
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