ESPAÇO COLECTIVO ARTISTICO E CULTURAL - COORDENADO PELA POETISA AMÉRICA MIRANDA - E ONDE SE INSEREM AS CONTRIBUIÇÕES DE TODOS OS TERTULIANOS, TANTO EM VERSO COMO EM PROSA, COM O OBJECTIVO DE DIVULGAÇÃO E HOMENAGEM AO GRANDE POETA ELMANO SADINO !
Segunda-feira, 24 de Outubro de 2005
A TRIBUNA DOS POETAS - Mª.DE LOURDES FERREIRA E ANTÓNIO SALA
PEDINDO AO DEUS REDENTOR
Por
Mª. de Lourdes Ferreira
Sem ti amor, a vida não tem sentido,
anda à deriva como as ondas do mar,
que vão batendo nas rochas, com seu gemido,
esperando o vento depressa passar.
Mas o mar é forte, e nunca vencido,
enquanto o coração vive a sangrar,
se sente na vida tão só, e perdido,
como a luz luminosa que quer apagar.
Tudo perdeu seu encanto e sabor,
veio a solidão, paixão e saudade,
também sentindo, tristeza, clamor.
Olho para o Céu com ansiedade,
e vou pedindo ao Deus Redentor,
me ajude com clemência e serenidade.
***
CADEIRA DE BARBEIRO
Por
António Sala
É na cadeira de barbeiro que a gente sabe o que sabe,
quando se corta a guedelha, quando o cabelo se abate,
se faz o corte das unhas dos governantes, pois, pois...
E se ensaboa a má língua, depois.
É na cadeira de barbeiro que a gente vai fofocar,
enquanto lustra o sapato e toca, toca a engraxar.
se dá o aparo ao bigode e à vida doutros, também...
Mas nunca se diz mal de ninguém!
É dar e dar à tesoura,
e as navalhadas são mil.
É no barbeiro que a conversa é baril.
Ali se sabe sempre e em primeira mão,
o que vem nos jornais, Rádio e Televisão.
É na cadeira do barbeiro que a gente sabe, pois é.
Que a D. Berta e o vizinho, são só amigos... não é?
E que o fulano da esquina, a quem se chama Doutor,
não tem canudo, não tem, não senhor.
É na cadeira do barbeiro que a gente sabe o que sabe,
quando se corta a guedelha, quando o cabelo se abate.
Se faz o corte das unhas, dos governantes, pois, pois...
E se ensaboa a má língua, depois.