ESPAÇO COLECTIVO ARTISTICO E CULTURAL - COORDENADO PELA POETISA AMÉRICA MIRANDA - E ONDE SE INSEREM AS CONTRIBUIÇÕES DE TODOS OS TERTULIANOS, TANTO EM VERSO COMO EM PROSA, COM O OBJECTIVO DE DIVULGAÇÃO E HOMENAGEM AO GRANDE POETA ELMANO SADINO !
Sábado, 19 de Abril de 2008
EM LOUVOR DE BOCAGE - AMÉRICA MIRANDA
EDITORIAL BOCAGEANO
Bocage era geralmente tido como inconstante nos seus amores. Trata-se de mais uma lenda tecida em volta do nosso poeta. Algo de estranho ocorria com ele, talvez mais uma infelicidade a acrescentar às suas desventuras – algumas mulheres cansavam-se dele rapidamente. Amava com veemência, havia de certo na vivacidade e no ardor das suas palavras um irresistível poder de sugestão a que elas se submetiam, mais dominadas que persuadidas. Nos primeiros tempos de entusiasmo, algumas chegavam a ceder tudo aos desejos do nosso Vate, no entanto, deixando-se embalar mais na sua arte poética que nos seus braços, não demoravam em fugir-lhe e trocá-lo por outro mais apetecido pela sua feminilidade.
Bocage começando por olhares e sinais expressivos depressa transformava o seu namoro em paixão. Sonhador, acreditando na realidade ideal dos seus próprios versos, ele desejou sempre encontrar na vida a mulher que a sua imaginação criou. Não foi feliz no amor, mas foi um génio admirável nos seus textos poéticos que nos arrebatam e na sua capacidade notável de enfrentar os infortúnios.
In “O Arauto de Bocage”, N.º 121/122
De M.Luísa Adães a 20 de Abril de 2008 às 18:10
Maria América
Depois de falar de Bocage é difícil para alguém reter o seu sentir e dissertar sobre o Poeta. Depois do seu dizer ,ficamos mudos e não sabemos tomar a palavra e continuar a falar do Vate.
A Senhora disse tudo, ou quase tudo e pouco deixou para dizer. Que fazer? Repetir a sua Magia ou olhar o Infinito e nada dizer? Já pensou nessa dificuldade?
Tudo brilha quando se acende essa Luz e ilumina o caminho, a Poesia, a necessidade do Amor -- pois para Bocage não podia haver felicidade sem Amor.
O seu espírito, o seu corpo, precisava do alimento dos DEUSES -- amar, ser amado e admirado por esse amor encontrado ... Só dessa forma "Podia Viver"; sem isso, o Poeta morria de dor, de angustia, de agonia.
É dramático o desespero da procura de toda a sua vida pela mulher fiel, sensível, bela a dar, a receber aquele Amor que só Ele conhecia e sentia - era de certa forma, um amor para além do plano em que vivia. E encontrava e perdia, SEMPRE!
A sensibilidade do Vate não era igual à dos outros mortais ... ia mais longe e pedia o Amor que mercê do Dom que possuía ,não existia no mundo em que vivia: e procurava e encontrava e tudo lhe fugia pois Ele era diferente do Tempo e do Espaço que o acolhia.
Essa mulher idealizada não podia responder a essa Procura! "MAS ELE NÃO SABIA". Pensava ser um simples mortal e era Imortal: Sòzinho ,sem o amparo do Amor, não encontrava o Caminho - talhado há muito, num Plano Desigual. "MAS ELE NÃO SABIA"...
E sofria a cada perda, como só um Poeta "SABE SOFRER".
A felicidade não lhe pertencia!
Maria Luísa O. Maldonado Adães
Comentar post