O MEU PRADO
Por
Perpétua Matias
O prado estava verde
era Primavera
os pampilhos amarelos
estavam tão lindos
agitados pelo vento
numa ondulação suave...
Distraidamente
desfolhei um malmequer,
bem-me-quer, mal-me-quer,
pouco, muito ou nada.
Mais além
na várzea que se estendia longamente
as flores da marcela brancas, miudinhas
pareciam lençóis de fino linho,
a corar ao sol.
Que prado!
E além do outro lado
os girassóis viravam-se
devagar, para seguir o sol.
Ao entardecer as nuvens
adquiriram cores celestiais!
Lilás, rosa, cor de fogo.
Os meus olhos ao abrirem-se
ficaram extasiados
e agradeci ao Criador!
O prado era verde,
o regato corria,
e eu ali bebia
para matar a sede...
*
TEMPESTADE
Por
Graciett Vaz
Debaixo da velha chaminé de pano
sentada num madeiro eu adormeci
corria o Inverno, quase o fim do ano,
recordo que ao acordar eu estremeci.
O meu pai me apertava contra si
reinava na casa luz e escuridão
eu tinha medo imenso estando ali
batendo fortemente meu coração.
A minha tia sussurrando me disse
é um relâmpago minha menina querida
e o teres medo não é tolice.
Olha admiramos estas centelhas
escuta a tempestade tão seguida
batendo sem cessar nas nossas telhas.
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