FLORBELA E EU
Por
M.ª de Lourdes Agapito
Do palácio da ilusão sou sentinela,
debruçada sobre mim, procuro a vida,
até me lembro de ti, saudosa Florbela,
por na dor ser contigo tão parecida.
Sinto de ti um pouco uma parcela,
nesta ânsia de viver e andar perdida,
estou agarrada às grades de uma cela
e como tu em uma hora fui nascida.
Sinto pena de ti, de mim, daquela
que como eu e tu, ó doce Florbela,
quisemos amar e dar os nossos seres.
Encontramos ilusões, divórcios, egoísmos,
sofremos e choramos, também rimos,
mas fomos as mais tristes das mulheres.
*
POMBA BRANCA
Por
António Carvalho
Pomba branca, paz perdida,
que andas tão alto a voar.
Pomba, pomba, minha amiga
vem pousar no meu lar.
Febris são tuas asas. Um louvor
lutando por ampla liberdade.
Traz-me contigo um bom amor
abençoado por toda a Santidade.
Voas ao frio e contra a tempestade,
que tudo derruba ao entardecer,
mas não consegue desfazer a amizade.
É heróico o teu esvoaçar,
pomba traz cedinho ao amanhecer
o beijo que já tarda em chegar!...
**
Os meus links