EDITORIAL BOCAGEANO
É ponto indiscutível que Bocage foi acima de tudo, um “poeta amoroso”, talvez um dos Vates de mais ardente e passional sentido amoroso de toda a nossa Literatura. Um dos pontos fundamentais da sua magnífica obra é precisamente a celebração desse amor, ou as inúmeras contradições provenientes desse mesmo sentimento.
Há contudo inúmeros Sonetos, os seus melhores, que são testemunhos bem eloquentes de amores bem firmes, com a firmeza e veracidade possível num ser irrequieto e volúvel como Bocage.
Apesar de tudo, alguns amores que trouxeram um certo bálsamo ao coração do poeta por vezes transformavam-se em inferno de ciúmes. Quão difícil deve ter sido a vida do nosso Egrégio Poeta, vivenciando as delícias de amores que o levavam ao êxtase e mergulhando no calor infernal dos ciúmes que o feriam profundamente.
Para o compreender em absoluto, temos que amar, conhecer e compreender a sua obra de beleza ímpar.
No decorrer dos séculos Manuel Maria, será sempre o grande e discutível génio da poesia portuguesa e do mundo inteiro.
América Miranda
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