ESPAÇO COLECTIVO ARTISTICO E CULTURAL - COORDENADO PELA POETISA AMÉRICA MIRANDA - E ONDE SE INSEREM AS CONTRIBUIÇÕES DE TODOS OS TERTULIANOS, TANTO EM VERSO COMO EM PROSA, COM O OBJECTIVO DE DIVULGAÇÃO E HOMENAGEM AO GRANDE POETA ELMANO SADINO !
Terça-feira, 6 de Fevereiro de 2007
FALAM OS ENTENDIDOS - "CRÍTICAS BOCAGEANAS"
BOCAGE PRE-ROMÂNTICO II
Por
Artur Anselmo
( Continuação ). Parenteticamente, um vasto acervo de experiências pessoais: não apenas as mulheres que amou ( Gertrudes, Marília, Márcia ... ) mas também os azares da fortuna, o naufrágio a caminho de Macau; a enfatuação dos goeses com quem lidou; o regresso à Metrópole; as tragédias e comédias que viu representar; o cigarro de frei João de Pousafoles; o mulato Joaquim Manuel, improvisador de modinhas; o coveiro do cemitério da Esperança que vendia iscas de defunto a um pasteleiro visinho; «o Bedel do Pindo, o doutor França»; «o pavão Belmiro» ( Belchior Curvo Semedo ); as sessões da Nova Arcádia; a solidão do cárcere; « o deus da razão, o deus de Elmano»; o seu parceiro de prisão André da Ponte Quental ( «dois nomes imortais – Bocage e Ponte !») ; o « encantador Garção »; os anos de Dona Ana Eufrásia; o incêndio da calçada de Santo André; a ascensão aerostática do capitão Lunardi; os primeiros sintomas da doença que o mataria; a morte de Nelson, «raio do sul, raio do norte!»; o José Pedro da Silva, “a quem pagava em metro o que devia em ouro”; os amigos, com Nuno Álvares Pereira Pato Moniz à cabeça; a reconciliação com os homens da Arcádia; os trastes que tinham sido de seus pais, encontrados numa excursão a Setúbal, etc.
Na diversidade destes episódios se constituiu o poeta, figura de escritor profissionalizado com brio, mas nem sempre devolvido pela posteridade às proporções de alto coturno literário que amplamente justificou.
***